Curitiba concentra vários clubes que reúnem os chamados antigomobilistas, que veneram e estudam os carros antigos
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Fundado em 1977, o Veteran Car tem um acervo de 300 veículos. Na foto, o presidente Cláudio Forte Maiolino: “Beleza e história em quatro rodas” (foto: Valquir Aureliano) |
A história automobilística brasileira é preservada graças a uma legião de apaixonados por veículos antigos ou fora de linha. Curitiba é sede de vários destes clubes de automóveis que, através de encontros semanais, cultivam o amor pelo modelo, troca de experiências alem de peças e acessórios. Eles são chamados de antigomobilistas.
Em Curitiba, existem vários clubes de automóveis para todos os gostos. Um dos principais locais de encontro desta “tribo” é o Museu do Automóvel dentro do Parque Barigui. A associação foi fundada em 1.968 e possui mais de 150 raridades como o FORD T Sport Runabout 1926, ERSKINE, FIAT 520 e STUDEBACKER 1928, JEEP Anfíbio, CADILLAC Presidencial 1952 e Eldorado 1953, único modelo existente no Brasil.
Fundado em 1977, o Veteran Car possui um acervo de 300 veículos que são guardados num barracão na sede própria no Bairro Tingui, e conta com 104 sócios. As mulheres curitibanas também têm vez . Elas mostraram sua admiração por veículos antigos e fundaram o Clube Feminino de Automóveis Antigos e Especiais do Paraná, com mais de 80 sócias, que promovem grandes eventos com mistura de combustível e filantropia.
A maioria dos clubes da capital é formada por aficionados por veículos de modelos específicos. O Sedan Volkswagen Clube do Paraná, por exemplo, foi fundado em 1988 e conta com centenas de apaixonados por Fusca. Outro exemplo é o Clube do Fordinho do Paraná, criado por donos de modelos Ford A e T, todos os “pés de bodes” em perfeito funcionamento.
Grande sonho de consumo nos anos 60 e 70, o esportivo nacional Puma também motivou a criação de um clube: o Puma Club do Brasil, fundado em 2000. Os apaixonados pelo emblemático Opala criaram em 1995, criaram o Opala Club de Curitiba. O Mustang também deu origem a uma agremiação: o Mustang Clube de Curitiba. E os jipeiros se reúnem no Jeep Clube de Curitiba, que existe desde 1977, e conta com perto de mil participantes e promovem passeios off road. Os preservadores de veículos fora de linha fazem de alguns seu carro de uso diário e participam de clubes de Chevette, Passat, Kombi, Dodge, Galaxie e Celta Clube do Paraná.
Aos interessados em virarem antigomobilistas, o presidente da Veteran Car Clube, Claudio Forte MaiolinoMaiolino dá uma dica preciosa: é preciso “fazer” a paixão com calma, uma vez que os carros possuem algum valor, mas não possuem liquidez. O custo de manutenção, porém, após o carro ficar pronto, não difere de um carro moderno, podendo, até mesmo, ser mais barato. “O carro antigo não é só a beleza do carro, é também você ver como foi dirigir em tempos antigos, trânsito mais calmo. Rodar com carro antigo é ensinar às pessoas o devido valor daquele que foi, talvez, a maior invenção do século XX”, ensina o presidente da Veteran. colaboração de Rodolfo Kowalski
Points onde os antigomobilistas se encontram:
- Praça da Espanha - Todo sábado à tarde eles se encontram ao som de rock.
- Largo da Ordem -Todo domingo pela manhã, os admiradores por carros antigos se “exibem”
- Praça do Atlético - Todo domingo pela manhã, os aficcionados se reúnem lá.
Busca por peças exige paciência dos colecionadores:
Antigomobilista e presidente da Veteran Car Clube, Claudio Forte Maiolino destaca que uma das maiores dificuldades para os apaixonados por carros antigos é convencer a esposa, uma vez que o hobby demanda muito tempo. Além disso, diz ele, há uma grande dificuldade em se conseguir peças de reposição, uma vez que importar é muito caro por conta dos impostos e que o mercado nacional não disponibiliza as peças para a manutenção do veículo.
“As próprias montadores não mantém produção (de peças) porque entendem que é economicamente inviável e também não autorizam indústrias menores a produzirem”, diz Maiolino, que garante ser, inclusive, mais difícil manter um carro nacional do que um estrangeiro, por conta dessa escassez de peças.
O antigomobilista, que possui cinco carros antigos, entre eles um Ipala e um Karmann Ghia, destaca ainda que, mais do que um hobby, o antigomobilismo é uma paixão. Uma paixão que vem conquistando cada vez mais adeptos.
“Tem crescido número de adeptos. Existem grandes clubes de carros nacionais, de Opala, de Chevette, que são carros que não valiam nada há pouco tempo e hoje estão ganhando valor, porque desapareceram. Pode se dizer que nos últimos anos houve uma valorização significativa dessa paixão pelo carro antigo”. (RK)
Fonte: Bem Paraná - Nilson Saciotti
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