domingo, 23 de junho de 2013

PLANTÃO MÉDICO NO PARQUE BARIGUI


Diarréia contínua, sangue nas fezes, dor abdominal, cansaço e perda de peso podem ser sinais dessas doenças.

Pesquisa revela que brasileiro não conhece as DII e que, na presença de alguns de seus sintomas, como dor abdominal e sangue nas fezes, a maioria prefere se automedicar ou 'espera passar'.

Diarréia contínua, às vezes com sangue nas fezes, dor abdominal, quando associados a cansaço e perda de peso podem ser sinais de uma doença inflamatória intestinal (DII), como doença de Crohn e retocolite ulcerativa — doenças, que nos casos mais graves, podem levar à incapacitação física e à necessidade de cirurgia no intestino e reto, mas são praticamente desconhecidas da maioria dos brasileiros. 

Pesquisa realizada em seis capitais brasileiras durante o último mês de março revela como os brasileiros se comportam frente a um ou alguns sintomas das DII — no caso de dor abdominal, 46% preferem se automedicar; na diarréia freqüente, 61% se automedicam ou tomam remédios caseiros, e mesmo quando há sangue nas fezes, 39% prefere “esperar passar”.

Para alertar a população sobre a importância do diagnóstico precoce das Doenças Inflamatórias Intestinais, o GEDIIB – Grupo de Estudos das Doenças Inflamatórias Intestinais do Brasil, responsável pelo desenvolvimento de estudos, pesquisas e consensos sobre estas doenças, e a Federação Brasileira de Gastrenterologia, que reúne 64 especialidades médicas em todo o país, lançam em todo o Brasil a campanha pública Seu Intestino Mudou?, que inclui distribuição de cartilhas e materiais informativos sobre as doenças e veiculação de spot de rádio, além de seminários para atualização médica.

— Tanto a doença de Crohn quanto a retocolite trazem importantes consequências físicas e emocionais, comprometendo significativamente a qualidade de vida dos doentes. Podem ser controladas se diagnosticadas precocemente e tratadas de forma adequada, evitando-se possíveis cirurgias — afirma Sender Miszputen, Professor-adjunto e chefe da disciplina de Gastrenterologia da Escola Paulista de Medicina e presidente do GEDIIB. 

As doenças inflamatórias intestinais formam um grupo de doenças inflamatórias crônicas, ainda de causa desconhecida, envolvendo o aparelho digestivo. São dois grupos principais— a retocolite ulcerativa e a doença de Crohn. Apesar da origem desconhecida, sabe-se que pode haver predisposição genética e que o ambiente exerce papel importante. A pesquisa ECCO-EpiCom Study, realizada pela Organização Europeia de Doença de Crohn e de Retocolite Ulcerativa (ECCO) e pela Associação das Federações de Crohn e Retocolite Ulcerativa (EFCCA) e divulgada em fevereiro de 2013, revela que as doenças inflamatórias intestinais cresceram 15 vezes nas últimas décadas nos grandes centros urbanos.

As DII afetam homens e mulheres indistintamente, e o diagnóstico acontece geralmente por volta dos 30 anos de idade. Segundo a pesquisa europeia, 10 anos após o diagnóstico, 53% dos pacientes serão hospitalizados e 44% serão afastados de seu trabalho em decorrência da doença. Ainda de acordo com a EFCCA, de 20% a 25% das pessoas com uma DII apresentam os sintomas de forma contínua e, mesmo com o acompanhamento médico, de 30% a 40% dos pacientes apresentam algum tipo de complicação entre 10 a 15 anos depois do diagnóstico. Em cerca de 40% dos pacientes, além dos problemas intestinais, as DII podem afetar os olhos, a pele e as articulações. 

A doença de Crohn envolve o intestino fino (íleo) em 30% dos pacientes e a região ileocecal em 40% dos casos, enquanto a retocolite ulcerativa restringe-se ao cólon e, quando a doença está ativa (em crise), a mucosa intestinal torna-se maciçamente infiltrada por células inflamatórias e é afetada por microúlceras.

O diagnóstico é feito com base no histórico clínico dos pacientes, exames de sangue e de imagem. O tratamento inclui alteração de hábitos, como parar de fumar e adotar uma dieta saudável, e medicamentos para controle da doença.

Campanha no Parque Barigui

Neste domingo, das 10 às 17 horas, médicos e pacientes estarão de plantão no Parque Barigui para esclarecer dúvidas da população sobre as doenças inflamatórias intestinais. A ação faz parte de campanha nacional de conscientização criada pelo Grupo de Estudos sobre Doenças Inflamatórias Intestinais do Brasil.

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