Os parques e as ciclovias implantadas na Curitiba moderna sempre foram um orgulho da cidade. No entanto, Curitiba cresceu de forma exacerbada nos últimos anos, tornado-se uma das capitais com o maior número de carros no país. As consequências dessa expansão refletem-se principalmente no sistema de circulação da cidade, tornando cada vez mais comuns os congestionamentos. Para quem opta pelo uso cotidiano da bicicleta a situação também anda complicada, como mostrou recente reportagem divulgada pelo Jornal Gazeta do Povo. O ciclista enfrenta o medo dos assaltos e o desafio de trafegar em segurança pelas ruas, uma vez que as ciclovias ainda não têm a extensão e a capilaridade compatíveis com a dimensão territorial da cidade.
O Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) está realizando um estudo, dentro do Programa Pedala Curitiba, sobre a possibilidade de ampliar os 120 quilômetros existentes de ciclovias. É um começo. Mas também é preciso também achar meios de dar a todos os que não trafegam em automóveis – ciclistas ou pedestres – as mesmas condições de segurança concedidas aos motorizados.
O programa Pedala Curitiba, da Secretaria Municipal do Esporte e Lazer, promove circuitos noturnos às quintas-feiras, com trajetos diferenciados a cada semana. "O programa atrai um número cada vez maior de pessoas, que fazem dos passeios noturnos um momento de relaxamento e prazer, conhecendo vários pontos da cidade com segurança, graças também ao apoio da Guarda Municipal e da Diretran". O Pedala Curitiba é um programa cercado de cuidados para que os ciclistas participem dos passeios com segurança. O passeio é acompanhado por agentes motorizados da Diretran e por guardas municipais de bicicleta, que pedalam ao lado dos demais participantes. O grupo conta ainda com veículos de apoio, para socorros eventuais.
O trajeto varia de 14 a 20 quilômetros e é percorrido em cerca de 90 minutos, de acordo com o grau de dificuldade. Às quintas-feiras, os participantes se concentram na Praça Garibaldi, no setor histórico, com largada às 20h30.
Foi realizado em Curitiba o Desafio Intermodal, competição que mediu qual meio de transporte é mais eficiente no agitado trânsito da capital, e quem levou a melhor foi a bicicleta. Na edição anterior do evento, a bicicleta já tinha ficado à frente. Participaram do percurso de seis quilômetros ciclistas, skatistas e motociclistas, pessoas a pé e de táxi. Por volta das 18 horas, todos saíram da ciclofaixa da Rua Augusto Stresser, tendo que passar pela Câmara de Vereadores até chegar na prefeitura. No entanto, após passar pelos pontos obrigatórios, cada um poderia escolher seu caminho.
Passados 18 minutos e 18 segundos, o primeiro a chegar foi o ciclista profissional Alex Mayer, que competiu nos Jogos Pan-Americanos. Com velocidade média de 24 Km/h e passando por canaletas de ônibus, Mayer não andou por ciclovia em nenhum momento: “A maioria das ruas não tinha ciclovia”. Para ele, a maior dificuldade foi dividir espaço com os veículos.
O segundo colocado foi o ciclista que pedala mais de 13 quilômetros por dia, seguido do skatista. “Fui metade andando e metade de skate. Mas não tem como utilizar o skate como meio de transporte”, afirma o terceiro colocado, Juan Parada. O último colocado foi o participante que utilizou o táxi. Com o resultado, membros do Movimento Bicicletada-Curitiba e da UFPR reivindicaram mais ciclovias na capital.
O que é a Bicicletada? A Bicicletada é um movimento no Brasil e em Portugal inspirado na Massa Crítica, onde ciclistas se juntam para reivindicar seu espaço nas ruas.Não existe um objetivo central, mas diversos objetivos sempre decididos pelos participantes. No entanto um mote em geral une os participantes. A Bicicletada serve para divulgar a bicicleta como um meio de transporte, criar condições favoráveis para o uso deste veículo e tornar mais ecológicos e sustentáveis os sistemas de transporte de pessoas, principalmente no meio urbano. A Bicicletada, assim como a Massa Crítica, não tem líderes ou estatutos, o que leva a variações de postura e comportamento de acordo com os participantes de cada localidade ou evento.Dentre a pluralidade de motes, está o lema "um carro a menos", usado principalmente para tentar obter um maior respeito dos veículos motorizados que trafegam nas ruas saturadas das grandes cidades. Outro slogan levantado é o "Nós somos o trânsito". A idéia é deixar claro aos motoristas que a bicicleta é apenas mais um componente da mobilidade urbana e que merece o devido respeito.
Objetivos da Bicicletada:
Pedalar;
Divulgar, estimular, promover e criar condições favoráveis para o uso da bicicleta como meio de transporte;
Integrar os ciclistas da cidade e valorizar a cultura da bicicleta;
Conscientizar os usuários dos meios de transporte motorizados da importância da bicicleta para aliviar os congestionamentos;
Fontes: Gazeta do Povo, Movimento Bicicletada, Prefeitura Municipal de Curitiba.
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