Gralha Azul - Cyanocorax caeruleus O que Curitiba tem a ver com o mergulhão-de-orelha-amarela, ave migratória comum na Patagônia, e com o colhereiro, pássaro com bico em forma de colher, apresentado em catálogos turísticos como uma das espécies que podem ser vistas no Pantanal? A resposta é: tudo. Não é preciso ir ao Sul da Argentina ou ao Mato Grosso para avistar esses dois pássaros. Eles – e muitos outros – podem ser vistos livres sem que seja preciso sair de Curitiba.
A maioria dos curitibanos não sabe, mas a capital paranaense tem uma rica avifauna, que pode proporcionar um tipo de lazer pouco comum aos brasileiros: a observação de aves. Um levantamento realizado entre os anos de 1984 e 1989 pelo ornitólogo Pedro Scherer Neto, do Museu de História Natural de Curitiba, catalogou pouco mais de 200 espécies nativas na capital e nos arredores. “Para uma área urbana, é um número que eu considero alto”, diz Scherer. Segundo ele, se for incluída a região metropolitana inteira, são mais de 300 espécies.
O pesquisador do Museu de História Natural afirma que os parques e bosques de Curitiba mantêm ambientes adequados para a presença de pássaros dentro da cidade.
“Só no Parque Barigüi foram catalogadas mais de cem espécies”, diz Scherer. O Barigüi mistura em um mesmo local mata com araucárias e um lago, o que atrai pássaros de floresta e de alagados.
O também ornitólogo Raphael Sobânia, proprietário de uma empresa curitibana que organiza excursões para avistamento de aves, afirma que na cidade inteira há bons pontos para a observação: a região do Zoológico e do Parque Náutico do Iguaçu (no Boqueirão), o Passeio Público e o Bosque do Papa, entre outros. Segundo Sobânia, nesta época do ano também é possível observar belos espécimes de aves mesmo em residências que tenham árvores frutíferas. Como a alimentação no inverno é mais escassa nas matas dos arredores da cidade, alguns pássaros costumam vir procurar comida na área urbana, explica ele. Pedro Scherer Neto diz que na região central de Curitiba já foi avistado, por exemplo, o pavó, espécie que é considerada pelos biólogos como uma das aves que mais come frutas dentre todos os pássaros do planeta. O pavó é uma bela ave, com plumagem preta e com parte da garganta e do peito avermelhados.
Pavó - Pyroderus scutatus
Para quem tomar gosto pela prática de observação de aves, também há bons locais para avistamento não muito distantes da capital. Segundo Scherer, nas matas de araucárias nos arredores da cidade, acessíveis por estradas rurais, é possível ver, por exemplo, gralhas-azuis. Raphael Sobânia dá outras dicas. A Estrada da Graciosa, segundo ele, é um bom local, pois permite a visualização de aves do planalto (antes de começar o trecho de serra) e de pássaros da Mata Atlântica. A Serra de São Luiz do Purunã, no caminho para Ponta Grossa, segundo Sobânia, é outro bom local.
(Fonte: Fernando Martins / Gazeta do Povo / Diacuy Paisagismo)
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