O e-mail contava sobre a construção de uma casa, projeto elaborado para satisfazer a necessidade de um casal. A obra tinha um projeto de qualidades singelas. A arquiteta levou apenas cinco horas para produzi-lo, pois se ateve ao básico: um telhado com quatro abas e ventilação cruzada, ideias que poderiam ser realizadas facilmente pelos trabalhadores locais, e assim aconteceu.
O dono da nova propriedade enfatiza, no texto de seu e-mail: “Vim para cá porque nunca encontrei céu e mar tão lindos e gente com tamanha energia. Não faria sentido, então, descuidar da relação com as pessoas e desrespeitar o jeito de morar e construir no lugar”.
Eis aqui a questão primordial: não faz sentido descuidar da relação com as pessoas, desrespeitar e julgar os outros. Existe uma sábia afirmação que diz: “quando a gente começa a compreender a si, podemos compreender os outros”. Sempre que tenho oportunidade, digo que, se nós mesmos temos nossas dúvidas e mudamos de opinião, como poderemos supor que é fácil entender os outros? Às vezes, esquecemos de ver a nós mesmos e de agir com amor. É ao desfocamos que têm início os julgamentos.
Como seria bom se todos pudessem agir com o coração dentro de sua ética e postura. Vejo que, no parque Barigui, existe uma sintonia humana circulando. As pessoas ali têm uma postura em que se completam e deixam cada um aproveitar a paisagem linda e todos os recursos que o parque oferece.
Mesmo não estando juntos, estão todos próximos e compartilhando um mesmo propósito: seja a prática de esportes, seja aproveitar os passeios, seja contemplar a beleza do parque, entre outros. Parece não existir julgamento, porque não depende de quem você é ou do que você está fazendo; depende somente do respeito ao outro, do comportamento próprio e de saber usufruir o que o parque oferece. É importante ressaltar que, independentemente do que se faz, assim como o sol, todo mundo brilha em algum momento e o sol brilha para todos. O julgamento faz mal para quem julga, porque, em resumo, ao não aceitar a vida do outro, ele desvia o foco de sua própria vida.
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