sexta-feira, 15 de julho de 2011

Primeira amadora no Ironman, Ana Oliva, não pensa em correr na elite

A AMIGA DO PARQUE BARIGUI, ANA OLIVA, de 30 anos, foi a primeira atleta a cruzar a linha de chegada do Ironman Brasil 2011 em Florianópolis (SC), com o tempo de 9h41min30, marca que a colocaria como quinta colocada da categoria geral feminina. Apesar de ter chegado à frente de grandes competidoras, incluindo Fernanda Keller, a empresária afirma que não pensa em trocar para a categoria elite no próximo ano.

“Eu treinei muito e o meu sonho era buscar novamente a vaga para o Havaí, eu nem pensava em brigar pelo geral amador”, conta Ana, que esse ano se dedicou aos treinos mais do que em 2010. “Ano passado eu fui despretensiosa, mas dessa vez eu já tinha a referência e sabia que tinha condições de ir bem”, completa. Apesar de ter feito um treinamento rígido e focado, ela largou preocupada, pois num Ironman há muitas variáveis que podem influenciar no resultado final.

“Eu sempre acho que poderia ter feito algo a mais. Sempre há imprevistos, mas fiz uma prova muito consistente”, relata a empresária, que tropeçou durante a largada. “Assim que deu a buzina eu caí, fui atropelada e já comecei a natação de forma conturbada”.

Começo conturbado - A queda, aliada ao mar agitado e à baixa temperatura, fez com que ela quase não enxergasse a primeira bóia. “A partir da segunda perna, com o pessoal mais espaçado, consegui fluir melhor e saí da água com 56 minutos alto, mas na transição eu estava com tanto frio, que não conseguia prender meu capacete”, relata a triatleta que ainda teve que se preocupar com o ombro operado no fim do ano passado.

Já na bike, ainda com frio, ela sofreu com o forte vento da segunda volta, mas evoluiu em relação ao ano passado e inclusive conseguiu andar perto das atletas de ponta, como Ariane Monticelli e Ana Lídia Borba, o que a motivou ainda mais. “Para mim foi o máximo, uma verdadeira honra”, lembra.

No trecho de corrida ela saiu na sexta colocação geral e afirma ter sofrido após o quilômetro 25. “As pernas começaram a travar, mas é algo perfeitamente normal. Fiz a maratona em 3h35, o que considero um tempo ótimo”. Ana conta ainda que esse ano avisou a família que correria mais focada, sem fazer muitas estripulias e festa como em 2010.

“Eu literalmente nadei, corri e pedalei atrás da vaga e deu certo. Agradeço a todos os meus parceiros e amigos que ajudaram nessa conquista”, relata Ana, que treina com a equipe do Clube Pinheiros. “Colhi o que eu plantei”, ressalta.

Planos - Ainda indagada se não cogita a possibilidade de sair na elite em 2012, ela é enfática ao dizer que a rotina atribulada não lhe permite a mudança de categoria. “Eu não vivo disso, trabalho para caramba e durmo de quatro a cinco horas por noite para conseguir treinar”.

Agora os planos são a recuperação do Ironman Brasil e a retomada dos treinos focando a disputa do Havaí no fim do ano. “Estou um pouco dolorida, mas a gente gosta de sofrer. Agora Vou correr o Ironman 70.3 e algumas provas do Troféu Brasil de Triathlon”.

O sofrimento, a dor e a fadiga fazem parte de algo muito maior do que um simples esporte, segundo Ana e outros atletas que competem Ironman. “É uma filosofia de vida, como uma religião. Quando você cumpre um ciclo de treinos para o Iron, você cresce muito como pessoa, faz um paralelo com a vida e a encara de uma forma diferenciada”, finaliza.

Matéria do site: http://www.webrun.com.br Por Alexandre Koda | 06/06/2011

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