quinta-feira, 28 de julho de 2011

Dor lateral no joelho em atletas

Ressonância magnética faz o diagnóstico diferencial

A dor lateral no joelho em atletas é relativamente comum em esportistas e pode ocorrer em ciclistas, corredores e triatletas, entre outros. Existem várias lesões diferentes que podem causar a dor lateral no joelho.

As lesões mais comuns que causam dor lateral no joelho em atletas são: síndrome do trato ílio-tibial , lesão do menisco lateral , tenossinovite do poplíteo, osteoartrose fêmuro-tibial lateral e lesões na cartilagem articular . Cada uma destas lesões tem aspectos clínicos, e portanto, tratamentos completamente diferentes. Dessa forma é fundamental obter o diagnóstico definitivo do atleta.

Após uma consulta médica e exame físico, geralmente o ortopedista ou médico do esporte tem informações suficientes para diagnosticar o problema. Porém, como a dor lateral no joelho pode ser proveniente de estruturas anatômicas bem diferentes, freqüentemente é solicitado ao atleta um exame complementar de imagem (radiografias, ultra-sonografia, tomografia computadorizada ou ressonância magnética) para fazer o diagnóstico diferencial.

Após as radiografias iniciais, o melhor exame para fazer este diagnóstico diferencial em casos de dor lateral no joelho é a ressonância magnética. É o exame que possui a melhor diferenciação entre as estruturas e tecidos do joelho e que permite uma análise global desta articulação, ou seja, com apenas um exame é feita uma avaliação excelente de ossos, cartilagem, meniscos, tendões, ligamentos, etc.

Dentre as lesões acima descritas, destaca-se a síndrome do trato ílio-tibial por ser diagnosticada mais freqüentemente em atletas e praticantes de atividade física do que em não-atletas. Esta lesão é causada por um atrito do trato ílio-tibial (ou banda ílio-tibial) na saliência óssea lateral do fêmur, chamada de epicôndilo lateral. Isso ocorre ao se estender completamente o joelho. Quando uma determinada modalidade esportiva exige extensões totais repetitivas do joelho, com o tempo, surge uma inflamação adjacente às fibras do trato ílio-tibial, e consequentemente dor lateral.

A corrida é uma destas modalidades. Variações anatômicas do esportista, tipos de pisada ou mesmo de terreno (terrrenos desnivelados, como o asfalto das ruas, perto da guia) também são fatores que podem contribuir para ocorrer a síndrome do trato ílio-tibial. Ciclistas que tem o pedal e/ou o selim incorretamente ajustados, de forma que os joelhos "esticam" totalmente a cada pedalada também podem apresentar esta lesão.

O exame de ressonância magnética diagnostica claramente a síndrome da banda ílio-tibial e dá informações essenciais ao médico do atleta.

Recomenda-se a esportistas com dor no joelho que procurem um médico especialista. Os métodos de diagnóstico por imagem, especialmente a ressonância magnética, são excelentes aliados para um diagnóstico preciso, que é o ponto de partida para um tratamento adequado

Dr. Milton Miszputen

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Milton Miszputen

CRM 72349
Radiologia músculo-esquelética
Lesões nos Esportes

Formou-se em Medicina em 1991, na Escola Paulista de Medicina. Após servir o Exército Brasileiro como médico, fez residência médica em Diagnóstico por Imagem, na UNIFESP/Escola Paulista de Medicina entre 1993 e 1995.

Desde 1995, interessava-se por casos de lesões nos esportes. Naquela época, a medicina esportiva no Brasil estava apenas “engatinhando”. Os poucos pacientes eram encaminhados graças à colaboração do Dr. Antônio Masseo de Castro, que os atendia no ambulatório do CEMAFE, até então o único setor relacionado a Medicina Esportiva na Escola Paulista de Medicina.

Em 1998, foi convidado a integrar o CETE (Centro de Ortopedia e Traumatologia do Esporte), da UNIFESP/Escola Paulista de Medicina, que havia sido criado em 1997, chefiado pelo Prof. Dr. Moisés Cohen. A partir daí, passou a participar de todas as reuniões clínicas semanais do CETE, realizadas no Departamento de Diagnóstico por Imagem. Muito da sua experiência atual, principalmente o entendimento clínico-radiológico dos casos e das lesões, é devido a essa participação nas reuniões e nas conversas com seus estimados colegas ortopedistas do CETE.

Em 2000 fez estágio no exterior, como research fellowno setor de Radiologia da Universidade da

Califórnia, San Diego, no serviço do Dr. Donald Resnick, radiologista músculo-esquelético referência mundial.

Em 2004 e 2006, coincidentemente em anos de Olimpíadas e de Copa do Mundo, o CETE e o Depto. de Diagnóstico por Imagem (DDI) organizaram o I e II “Curso Lesões nos Esportes - Correlação clínico-radiológica”, nos quais teve participação como co-organizador, ao lado dos colegas Drs. Cristiano Laurino (2004) e Emerson Garms (2006), sob a coordenação dos Profs. Drs. Moisés Cohen e Artur da R. C. Fernandes.

Atualmente tem a satisfação de participar das reuniões semanais do CETE, das atividades do DDI e de ministrar aulas de Diagnóstico por Imagem em Medicina Esportiva no curso “Aparelho Locomotor no Esporte”, do CETE, e no curso de “Medicina Esportiva” do CEMAFE.

Paralelamente, tem atendido atletas profissionais e não-profissionais, realizando exames de diagnóstico por imagem, em serviços públicos e clínicas particulares. Atendeu jogadores profissionais de futebol de times como Santos Futebol Clube, São Paulo Futebol Clube, Sociedade Esportiva Palmeiras e, esporadicamente, jogadores brasileiros atuando no exterior e atletas da Confederação Brasileira de Basquetebol.

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