segunda-feira, 4 de julho de 2011

Como evitar o estresse em ambientes competitivos

Nos dias de hoje, especialmente nos centros urbanos, as pessoas se transformaram em unidades econômicas, preparadas para o trabalho e para o consumismo. O excessivo crescimento tecnológico criou um meio ambiente, no qual a vida se tornou física e mentalmente comprometida; ar poluído, ruídos estressantes, congestionamento de trânsito, e outros fatores, físico e psicológico estressantes, passaram a fazer parte da vida cotidiana da maioria das pessoas. Nossa obsessão pelo crescimento econômico e pelo rápido “sucesso” pessoal e profissional, subjugado por um sistema de valores de uma sociedade altamente competitiva, no qual o objetivo maior passou a ser a busca desenfreada por dinheiro, prestígio e poder acabaram gerando ambientes organizacionais altamente competitivos e também nocivos.

Ao longo dos últimos 50 anos a sociedade perdeu o sentido de ser, onde todos vivem em pânico e com medo, querendo ganhar, trabalhar e produzir cada vez mais. Por força destes novos valores e objetivos criou-se uma sociedade onde o sucesso muitas vezes é a qualquer preço.

Estes problemas sociais do nosso tempo são decorrentes de uma visão reducionista e mecanicista da vida, que geraram tecnologia, instituições e estilos de vida patológicos. Neste contexto as doenças surgem cada vez mais freqüentes e elas estão intimamente ligadas com atitudes estressantes, alimentações excessivas e desequilibradas, abusos de drogas, vida sedentária, poluição ambiental, e uma cobrança absurda de produtividade, aliada à aspiração pessoal descontrolada.

Neste caminho de grandes transformações a maneira do viver do homem mudou passando da caça ao pastoreio, da agricultura a revolução industrial até chegar as grandes transformações mercantis dos últimos tempos como a globalização dos mercados a tecnologia da informação entre outras. Hoje, toda atividade profissional é altamente desgastante e está sob forte pressão de constates mudanças na busca pela sua sobrevivência no mercado. Nas organizações as pessoas são constantemente pressionadas a fazer mais com menos. Menos gente, menos recursos, menos tempo e com mais eficiência, produtividade, qualidade buscando superar as metas. Muitas vezes as organizações na busca de alcançar seus objetivos estimulam uma competição interna muito intensa, lançam desafios muitas vezes inalcançáveis comprometendo o clima organizacional e a saúde física e emocional dos trabalhadores.

Diante deste cenário descrito anteriormente aonde entra o estresse.

Estresse é a maneira como o organismo responde a qualquer estímulo bom, ruim, real ou imaginário que altere seu estado de equilíbrio (homeostase). Qualquer situação geradora de um estado emocional intenso que leve a uma quebra da homeostase interna e exija alguma adaptação pode ser chamada de estressor. Diante disto é importante ressaltar que o estresse pode ser positivo ou negativo e ele depende de como a pessoa percebe os eventos que acontecem na sua vida de acordo com a sua história de vida, de seus valores e das suas crenças, bem como, da intensidade e da freqüência com que eles ocorrem. Deste modo, a interpretação dada a qualquer evento é de fundamental importância na gênese da reação do estresse.

Ele pode ser benéfico em doses moderadas, pois em momentos de tensão produzimos uma substância chamada adrenalina (ou dopamina) que nos dá ânimo, vigor, entusiasmo, energia e ficamos pronto para lutar ou fugir das situações mais difíceis.

Ninguém consegue ficar em alerta por muito tempo. Em excesso a pessoa ultrapassa seus limites e esgota sua capacidade de adaptação, o organismo fica destituído de nutrientes com redução da energia mental, produtividade e capacidade de trabalho.

Nas empresas, por exemplo, quando observamos um clima organizacional baixo, onde a competição é predatória, desleal e não ética, os recursos são escassos e as pessoas estão sob forte pressão sem estarem preparadas e treinadas para o desempenho da função a qualidade de vida fica comprometida e elas adoecem.

Como evitar altos níveis de estresse? Como melhorar o desempenho e a performance? Melhorar a maneira de viver deve ser a meta de todos. Desenvolver a capacidade de avaliar o próprio estilo de vida é uma das maneiras mais eficazes para promover as mudanças que podem proporcionar uma vida mais longa, saudável e feliz.

Em determinado momento da vida, necessitamos de uma verdadeira revolução invisível, dentro de nós, para percebermos alguns valores que poderão proteger melhor a saúde, o bem-estar e a produtividade, especialmente na busca de uma melhor qualidade de vida. E para isso, devemos estar em constante “exercício de vida”.

Veja algumas dicas importantes:

- Organize sua vida. Separe o essencial do que não é importante.

- Selecione suas tarefas. Defina o que é prioridade e faça uma coisa de cada vez.

- Não se sobrecarregue. Aprenda a delegar, aprenda a “passar a bola”, dividindo suas tarefas.

- Faça pequenos intervalos durante sua jornada de trabalho. Pare por alguns minutos para recuperar as energias, alongue-se, respire fundo, hidrate-se e alimente-se a cada três horas.

- Seja generoso consigo mesmo. Comemore as pequenas vitórias.

- Procure sempre o lado positivo das situações e foque na solução.

- Procure identificar as causas das irritações, assim será possível evitá-las ou preveni-las.

- Não descuide da vida social, cultive seus relacionamentos pessoais e familiares.

- Reserve um tempo todos os dias para cuidar de si mesmo.

- Faça exercícios físicos, leia um bom livro e tenha alguma atividade de lazer.

- Reveja seus objetivos de vida e elimine ou neutralize o que está lhe atrapalhando.

- Viva o presente, mas planeje a longo prazo.

A qualidade de vida começa a partir do momento em que é despertado o nosso interesse em melhorar tudo aquilo que somos capazes de fazer, valorizando, com sabedoria, mais o ser do que o ter.

Não podemos nos isolar do mundo moderno, mas podemos adotar atitudes e comportamentos que nos beneficiem em relação a uma vida saudável e com mais qualidade.


MARCELO KARAM GUERRA é AMIGO DO PARQUE BARIGUI, Mestre em Tecnologia Educacional, Consultor e Palestrante em Gestão de Pessoas e Qualidade de Vida, Professor dos Cursos de Pós Graduação e MBA da FAE Business School. (www.marcelokaram.com)

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