Ponto de partida e chegada com Vinícius Vieira,Daiane Luise Souza, Maximo Kausch, Roseane Formentie Aleomar Gallassi. |
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013
SONHO DE MONTANHISTA... por DAIANE LUÍSE SOUZA
DAIANE LUÍSE SOUZA, AMIGA DO PARQUE BARIGUI, tricampeã do nosso torneio de barras, é montanhista há 20 anos, atleta de esportes de aventura - escalada, corrida de aventura e corrida de montanha. Professora de Educação Física, formada pela UFPR à 11 anos, atua hoje como treinadora nessas áreas do esporte , com Experiência na áreas de musculação e treinamento funcional . Viajou a Argentina para tentar subir a maior montanha das Américas e relata aqui sua experiência.
SONHO DE MONTANHISTA...
Viver pelas montanhas é um estilo de vida. Um estilo simples e pratico de vida.
Nosso melhor passatempo? Queremos subir, ir lá em cima, nem que pra isso tenhamos que passar por algumas dificuldades que muitas pessoas dizem não entender, mas vou falar, nem a gente mesmo às vezes compreende essa magia que nos atrai para as montanhas... Mas a emoção e o prazer de realizar tal coisa supera tudo em dificuldades e prazeres simples... E não é apenas subir que me move e sim o ambiente e a forma viver a vida nesses lugares. Cada vez que volto, mudo meus conceitos de vida. Dormir na barraca, casinha pequena por 3 dias ou 3 meses, comida de acampamento, ás vezes boa as vezes nem tanto, frio de congelar seus dedos, vento de desmontar barraca, nevasca, sol, calor, brisa boa, água fresca, água de neve derretida, barraca voando, banho de gato todo dia e banho de gente uma vez por semana, dormir bem com o silencio ou dormir mal com o vento que quer te levar, dormir vendo a lua e o céu mais estrelado do mundo ao estar a 4000 m de altitude, cabelos arrumados ao vento , ao sol ou a toca quentinha...Bom, voltando a cidade e dentro da sociedade em que vivemos, estes são problemas bem simples não acham? Ao voltar da montanha vejo como na cidade complicamos a vida. Acho que ir pra montanha é fugir um pouco de tudo que nos assusta e nos dá trabalho, a vida real, e então vamos para relaxar a mente cansando o corpo. E vejo o quão pouco precisamos pra viver e ser estar feliz.
O desafio do Aconcágua é um sonho pra muitos montanhistas, uma das montanhas mais altas do mundo fora as da Ásia com suas inúmeras montanhas de 8.000m. O Aconcágua é a maior da America com 6962mts de altitude. Empolguei-me com esse desafio, enchi a mochila coloquei nas costas e fui. Relativamente sozinha, sem apoio de expedição, carregando tudo (barraca, comida, fogareiro, roupas ,etc) pois é assim que gosto de ir pra montanha, acompanhei uma amiga que estava indo também e na companhia de uma expedição. Dei um nome pro meu projeto e o chamei de Mulheres de montanha.
Infelizmente não cheguei ao TOPO DAS AMERICAS por condições fisiológicas da aclimatação à altitude, mas tive um aprendizado imenso sobre mal agudo de montanha (MAM) que pode acontecer com muitos montanhistas e que só é controlado pela estratégia de aclimatação. Tive muita dor de cabeça em determinado momento, ultrapassando minha capacidade de aguentá-la mesmo com remédio, e quando comecei a ter enjoo e tontura decidi descer, pois subir é a metade do caminho e precisaria de energia pra isso. Sintomas clássicos de MAM. Triste com a decisão, mas imensamente feliz por tudo que passei aqueles 14 dias que estive mergulhada entre as montanhas, dei meia volta à quase 6000m e comecei a descer. Chorei de emoção ao ver o visual onde estava, o corpo cansado e exausto do esforço, mochila pesada nas costas e uma alegria no coração de objetivo comprido. Experiência. Amigos novos. Visual inesquecível. Risos divertidos com os novos amigos. Meu presente pelo esforço. O interessante na montanha é que você não consegue enganar ninguém. Você é o que é. Voltei. E agora tenho a sensação que quero ir de novo... e de novo...acho que isso vicia...
Agradeço a companhia e ajuda e de todos que estiverem comigo nessa jornada...
Aqui vai um diário básico de bordo para que quiser saber como funciona uma expedição para uma grande montanha e algumas impressões minha.
08.01. Saindo de casa. 4h da manhã. 30 kg de bagagem. Roupas, equipamentos técnicos, comidas para altitude (liofilizadas que são mais rápidas), barraca, isolante, saco de dormir, fogareiro, materiais de cozinha, remédios básicos. Três semanas. Deixando a cama quentinha para uma das maiores aventuras da vida. Nem dormir direito. Trajeto: Curitiba/São Paulo/Santiago/Mendoza. Cruzaremos a cordilheiras dos Andes de avião. Já estava a 2 semanas em função da viagem, separando as coisas, organizando as mochilas. Um quebra-cabeça, visto que o melhor é viajar com pouca mala. Não esqueça o passaporte, seguro viagem que cubra esportes de aventura, Dois cartões de crédito e dinheiro. Muitos lugares na Argentina o cartão dá problema e também os lugares de montanhas não são assim tão evoluídos em maquinas, o que vale é o Money mesmo...
Chegada em Mendoza. Malas? Perdidas! Onde? Ninguém Sabe!
Chegamos 5 da tarde, uma fila imensa na entrada do Aeroporto de Mendoza e ao chegar à esteira meia hora depois não temos malas... Mas calma isso acontece... Enfim teríamos o outro dia para esperá-las mas, não mais que isso pois já iria partir no dia dez para o Cordón Del Plata - uma outra região montanhosa a 80km de mendoza, lugal excepcional para caminhar e escalar. Lá começamos nosso processo de aclimatação. Saímos então conhecer a cidade e ver como as coisas funcionam em Mendoza. A cidade é uma graça, muito arborizada e foi estruturada assim por que é uma região quente e seca. E existe um sistema de irrigação no subsolo das calçadas para as árvores, bem interessante. Fomos achar as lojas que alugaríamos as botas específicas para a altitude que iríamos enfrentar e comprar o que ainda faltava. Comprei gáz e fomos ao mercado comprar algumas comidas. A cidade é grande, mas com sistemas diferentes. Tudo fecha à tarde, sistema de horários que temos que nos adaptar – das 9 às 12h e das 17 às 21h. Deixei minha amiga Roseane no hotel e peguei um taxi até o hostel que eu estava hospedada, taxi é relativamente barato por lá e tem muitos.
09.01 Saí cedo para resolver as ultimas pendências para ir e saber informações sobre as malas. Consegui com a empresa Cordon Del plata o tranfer para vallecitos e não é sempre que eles vão até lá. É praticamente a única empresa que faz esse trajeto. Se pegar um ônibus pode ir até piedras blancas, mas vai ter que andar 14km subindo até chegar lá.(não vale a pena..) Ou conversar com alguém dos refúgios que tem lá – eu fiquei no mausy e ver com eles um contato de tranfers. Fui resolver coisas para a segunda etapa, o Aconcágua. Se vai sozinho como eu tem 2 opções – ou paga 1000 U$ de permisso para entrar no parque e não ter nada , carrega suas coisas o tempo todo, sem banheiro nos acampamentos, nem lugar pra deixar suas malas, nem lugar pra pegar água boa próximo do acampamento, ou paga 840U$ fazendo o procedimento por alguma empresa e aí paga 180U$ que inclui a mula que carrega até 60kg pra você até Plaza de Mulas, acampamento base , e utiliza a estrutura básica das empresas, banheiros, depósito , base do acampamento e água. Minha ideia era usar o menos possível as mulas e nesse trecho de 18km elas carregariam 10kg Pra mim. Deve ir na sede do parque no centro, pega um papel que paga ali do lado e volta lá e eles te entregam o papel que você deve carregar o tempo todo. As malas chegaram e tudo certo.
10.01. Saída as 8h00m com transfer para Vallecitos. Cheguei no refúgio Mausy (fiz reserva por email) e descansei nesse dia pois já tem que começar a se acostumar com a altitude. 2900mts. Organizei a mochila, tirei mais algumas coisas – A mochila parece sempre mais pesada do que vc queria, e mesmo assim lá foi 25kg.....
11.01.Saída do refugio, 9:30 da manhã dia lindo. Em direção a Veguitas, uma ótima área de camping a 3.200m mas essa eu passei direto e fui a Piedra Grande 3550mts onde caminhei com o pessoal da expedição da minha amiga Roseane. 3 horas de caminhada. Tempo estável mas a tarde fica nebuloso, venta e com tendências a chover....e choveu. Aqui já se sente a altitude e movimentos rápidos ou bruscos dão uma sensação estranha na cabeça. Depois da 13:30h começo a chover e fomos descansar. Esfriou e sair da barraca fazer xixi começa a ser parte de uma decisão importante no frio, sair da barraca... Aí começa o treinamento de alta montanha, fazer isso dentro da barraca... aqui varia de 7 a 17°C. Entre um chove-para e outro fizemos janta, curtimos o visual do fim de tarde e fomos dormir as 21h.
12.01 Acordei cedo para arrumar tudo para a próxima caminhada, mas tudo com frio e altitude começa tornar-se um processo mais lento a 3500mts, mesmo que ainda não seja tão alto. Levei duas horas para reorganizar mochila, comer, desmontar acampamento... Só consegui sair as 9h. Caminhada longa, pensando em chegar rápido, pois o tempo muda de 5 a 20°C em minutos. Depois da 1 hora tranquila, começa a chuva de granizo que foi comigo até chegar no outro acampamento. Levei uma surra de bolinhas congeladas, sem chances de parar pra pegar a luva!Bom pra aprender a não deixar alguns itens básicos longe. Só consegui parar a hora que a falta de água para beber começou a apertar e eu não alcançava o mosquetão que ela estava pendurada... Fui obrigada a parar, passar um friozinho extra básico e pegar a garrafa.
Chegando próximo ao acampamento tem a subida mais difícil que se chama infernillo, bem íngreme e cheia de pedras soltas. Fico realmente com pena das mulas nessa parte. Cruzei com elas e fiquei observando. Mas enfim 3 horas depois chego ao acampamento. Tenho que abaixo de neve e granizo montar rapidamente a barraca pra me aquecer. Depois de sofrer com isso, deu 20 minutos e a neve e tempo ruim foi embora e o sol chegou...inacreditável...aqui é assim...
A 4.200 m aqui a temperatura varia fácil de 0° a 15C. A partir daqui por causa dos fortes ventos que podem ocorrer, as barracas tem que ser fixadas com pedras. Chego com dor de cabeça e preciso tomar muita água. Tomo um ibuprofeno, remedinho básico de montanhista e tento descansar um pouco. Acho que subi meio rápido por estar sofrendo com o tempo e isso me custou a cabeça. Ficar montando barraca, levantando e abaixando a cabeça também não é a melhor coisa, mas precisa ser feito. Fiz um pão com salame, dividi com 2 cães que estavam lá e ninguém sabia de quem era! Amigos cães a 4200m adorei!
A tarde 15 horas chegam 2 grandes amigos de Curitiba , Gian e Paulo máfia. Adorei vê-los e vamos nos cruzar muito pela montanha. Fui deitar cedo visto que precisa descansar e a cabeça martelando não me dava sossego. Acordei as 10 com dor. Fiz muito chá e suco e passei a noite bebendo agua e acordando a cada 2 horas. Insônia é MAM também e preciso controlar isso.
13.01. Fiz chá as 6:30 da manhã, acompanhei o sol nascer e fiquei tentando recuperar a cabeça. Comi e fui tentar descansar mais um pouco visto a noite turbulenta. Almocei com o pessoal da expedição. Trabalho mental aqui é total. Tudo tem que ser feito devagar e sem pressa. Aliás um aprendizado constante pra se adaptar a vida de montanha. 18h o tempo ainda estava estável, mas virou, nevou e cobriu minha barraca. Tomei tanta água que mal cabe comida na barriga. Os cães passam o dia aqui com a gente. À noite depois das 22h o céu se mostrou o mais estrelado que eu já vi na vida.
14.01. Dia lindo amanhecendo e arrumo a mochila, partindo pra hoyada. Estou melhor com uma leve dor de cabeça. Caminho 2 horas e meia e chego em hoyada. Lindo esse trecho. O lugar é rodeado pelas montanhas, ficamos bem no meio desse vale. Vemos vários cumes inclusive o que subiremos o Vallecitos que tem 5500m. Chego junto com os amigos de uma expedição, pessoas essas que fizeram parte do meu dia a dia e adorei tê-los conhecido. É uma delícia fazer novos amigos. Cansada, espero uma horas pra me recuperar da subida e arrumo a barraca. O lugar é meio ruim de espaço, cabem bem 8 a 10 barracas, mais já fica com poucos lugares bons. Dormir cedo pois nesta madrugada é o ‘ataque ao cume”. Deixo a mochilinha pronta, com cimida agua primeiros socorros e tento descansar. O tempo piora e neva muito.
Mesmo assim, às 5 da manhã saímos após a neve dar uma trégua. Aos 5000 algumas pessoas da expedição desistem, bota incomodando no pé, dores de cabeça, e como é programa de adaptação pro aconcágua resolvem não ficar sofrendo demais e descem, pois chegar a 5000m foi um bom caminho pra isso. Eu e mais três pessoas continuamos e conseguimos chegar ao cume. Fui ao meu limite da dor de cabeça. O processo continua com enjoo, moleza nas pernas e aí vai só piorando... Mas fui até onde deu e fiquei feliz. Descemos rápido, pois o tempo piorava a cada minuto e chegamos as 2 da tarde na base. Morta de cansada fiz comida e fui dormir realizada.
16.01. Arrumei tudo e comecei a descer. Queria chegar rápido por que ainda tinha que organizar minha volta pra mendoza pois não sabia como ia ser. Falei com a Vanessa do refugio pra tentar um transfer, mas não consegui. O único queria me cobrar muito caro pra andar 14 km de estrada de chão e me deixar no ponto de ônibus. No fim fiz esse trajeto a pé em 2 horas e peguei o ônibus por 16 pesos. Pedi ao pessoal da expedição que levasse minha mochila grande e fiquei com a pequena. Diversão solitária garantida, fui sozinha andei peguei o busão, choveu no caminho e alagou o ônibus!!! Enfim aproveitei que parei na rodoviária e comprei a passagem pra penitentes, 36 pesos, que era o lugar que tinha que deixar o dufel para a mula levar pra mim pra base do aconcagua. Depois eles me levariam até a entrada do parque de van. Cheguei peguei um taxi pra ir ao hotel pegar a mala. Ok. Chego ao hostel depois disso e não tem vaga pra mim. Lá vou eu atrás de outro hostel. Consigo no mais legal e perto do hotel do pessoal da expedição que fiz amizade e que tem uma grande amiga lá. Hi hostel independência. Correria à parte fui dormir cedo pois tinha que organizar agora tudo pro Aconcagua.
17.01. Saímos cedo com a amiga roseane trocar botas, comprar umas comidinhas, comprar gáz, pegar permisso do parque, lavar roupa. Fui na net dei notícias e fui arrumar mala.
18.01 Enfim saída pra grande montanha. As 6 da manhã saia meu ônibus. Mal dormi. Cheguei 11 horas ao local onde deixaria a mala da mula (não bem o que eu queria mas tive que mandar essa por ela pra acompanhar minha amiga). Esperei os novoa amigos e fomos juntos ao parque começar a caminhar. Passamos pelo processo de entrada, ganhamos nossa sacolinha de lixo que se não trouxer de volta dá multa. Começamos a caminhada. 3 horas. É tudo diferente e lind .Visual árido e colorido. Dormimos em confluência 3500m. Amanhã já partimos pra Plaza de mulas mais 18km.
19.01 Saí as 10. È difícil sair mais cedo visto o frio e toda a arrumação que tenho que fazer. Desmontar barraca, guardar tudo, aquecer água. Caminhada lenta e tranquila, o dia tá lindo e nos resta curtir o visual com um pouco de esforço físico. Minha mochila deve estar com uns 25kg. As últimas duas horas de caminhada são as mais difíceis pois esfriou e tem muita subida íngreme. Cheguei às 18h. Fiz um super jantar e fui conversar com o pessoal da expedição pra dar umas risadas. Eu sou uma tagarela e preciso de pessoas!!! Fim do dia de hoje e amanhã é pra descansar e se aclimatar. Tomar muita água pois amanhã vou na médica ver como anda meu corpo.
20.01. Dormi bem, até as 10 e fui á médica. Saturação 86%. Em confluência estava 96%. Isso é um dado importante na altitude. Pressão arterial normal. Sinto-me bem. Espero continuar assim. Hoje arrumar mochila e comidas, ver o que fica na base e começar a parte mais difícil, subir pra 5000m onde as coisas mudam muito, a altitude cobra seu preço e onde a natureza mostra sua capacidade ser boazinha ou muito radical. Venta muito e neva aqui. A previsão é de tempo ruim mais 3 dias e de janela de bom tempo é pra dia 24 e 25 mas depende dessa tormenta que está vindo...Mas é o que temos pra agora e infelizmente não podemos passar o mês aqui esperando o melhor dos dias. Noite fria, 0° C e vai piorar....
21.01. Hoje muita neve e frio. -5. Quase desisto ao olhar pra fora da barraca. Mas vou lá. Organizo tudo rápido, a barraca encharcada e embalo tudo assim mesmo. Saímos quase 10 horas. Muita nevasca na cara e muita coragem junto. Andamos por 9 horas. Chegando próximo a Nido de Condores, nosso acampamento, o visual das montanhas se abre em meio a toda aquela nevasca, nos presenteando ao final da jornada. Choro. Não me contenho, como vários da expedição que acompanho. Ficamos mais sensíveis na Montanha. Interessante. Acho que meu esforço pra estar ali foi tão grande, eu estava tão cansada, que ao olhar aquela imensidão da natureza, o poder dela, o fato de ser umas das poucas pessoas que tem o privilégio de estar vendo aquilo, mexeu muito comigo e chorei como uma criança, mas com uma alegria imensa no coração que não cabia dentro de mim e tive que por para fora. Valeu a viagem ali. Estava com muita dor de cabeça, mas cada passo que dava me sentia feliz e realizada. 1300m de desnível que me foram cobrados depois de 2 dias. Armei a barraca, fiz água com a neve num esforço descomunal pois mal podia pensar de tanta dor de cabeça e enjoo da atitude. Tomei remédio comi e fui dormir as 8h da noite. Que disse que dorme? Taquicardia até o corpo se acostumar e muita insônia. Noite bem cara essa, mas isso é normal e pode ser que seu corpo se a ou não. Ali era a linha tênue de progredir ou não dependendo do corpo.
22.01 Dia de descanso em Nido de condores. Muita água pra tentar me aclimatar melhor mas ainda com dor de cabeça. Aquilo foi me preocupando. Minha saturação baixa, 63% me preocupava. No mínimo teria que estar com 75 pra mais. Não tinha mais nada de sensações de MAM (mal agudo de montanha) só ela. Comi bem me hidratei o que pude. O problema é que nessa altitude a recuperação do corpo é lenta. Acho que errei na estratégia de aclimatação e isso acontece. Estou conhecendo meu corpo ainda com relação a altitude. Pra mim uma grande experiência. Fico apreensiva. A noite continuo ruim e peço ajuda ao guia da expedição da Roseane. Ele me dá um remédio diurético que ajuda a diminuir a pressão arterial e diminuía dor, ajudando o corpo a se recuperar. Demorei dormir mas acredito que vou acordar melhor.
23.01. Ok acordo melhor, saturação 80%. Sem dor. Arrumo tudo e parto com a expedição da minha amiga Roseane. Caminhamos muito devagar, El viento Blanco continua pelo 3º dia, vento forte que com a neve leve voando não se vê nada. Começamos subindo bem devagar com outras expedições, pois a neve estava muito alta altitude aumentando e com mais neve o esforço é maior ainda. Fila indiana, começamos. Depois de 30 minutos começou a dor de cabeça. Consegui progredir por mais 30 min e tive que decidir. A decisão mais difícil para um montanhista mas dentro de uma realidade já esperada. Desci ainda meio enjoada e com dor, cheguei em Nido . Peguei o que tinha deixado ali , encaixei na mochila e desci rapidamente pra melhorar logo. 1 hora e meia depois chegiei em Plaza Canadá, descansei ,comi e desci. Mais 2 horas e chegava em Plaza de mulas . ui direto ao médico, fiz testes e exames e fui liberada. Descansei fiz comida e fui dormir 21h.
24.01. Como estava bem e aclimatada mas iria mais subir, fui ao Cerro Bonete 5005m. Sai com sol lindo voltei com chuva de mini granizo. Valeu a caminhada, o visual do Aconcágua fica lindo. Torci pela expedição da minha amiga para que todos voltassem bem.
25.01. Fiquei na base organizando as coisas para a volta no outro dia, secar barraca e tudo que tinha dentro dela, pois a neve molhou tudo. As 4 horas os amigos da expedição chegaram, todos bem mas muito desgastados , mas também não puderam ir até o cume pelo frio e vento, o tal do viento Blanco (floquinhos de neve leve que com a velocidade do vento voam alto....)
26.01. Pego minha grande mochilinha (agora na volta ela está com tudo então está grande ) e começo a descida ouvindo música e, curtindo o visual da minha jornada até o final, saída do parque.
27 e 28.01 Aproveita-se Mendoza que é uma cidade interessante, uma grande produtora de vinho e Agradeço de estar de volta para aproveitar novas montanhas e agradeço aos amigos novos que fiz a grande companhia e alegria de dividir momentos tão especiais!
Para apoiar a Daiane, ver mais fotos deste último desafio e obter maiores informações sobre seu novo projeto de Aventura (ultramaratona - 100km) entre em contato: E-mail: daianeluise@hotmail.com - Fone: (41) 91546387 e facebook: Daiane Luíse Sousa.
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3 comentários:
Parabéns Dai!!!
Você é a nossa inspiração...tenho orgulho de ser sua aluna!!!
parabéns Dani pelo excelente resultado no Patagônia Run. Essa prova não é moleza, e o nível é muito alto, o que valoriza o teu desempenho.
Glauco Chagas Alves
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