terça-feira, 30 de novembro de 2010

Afinal, o que é a meditação

Dhyána é uma técnica ancestral utilizada no Método DeRose para que a consciência se expresse através de um canal mais sutil, que está acima da mente, o intuicional. Essa técnica é bastante conhecida como meditação, embora esse termo não seja exato. O dicionário define meditar como pensar, refletir sobre algo. Mas para fazer com que a consciência flua pelo veículo intuicional é preciso neutralizar o organismo mental, ou seja, parar de pensar. Praticamente o mundo todo, inclusive a Índia, chama de meditação (pensar, refletir) a técnica que consiste em parar de pensar!

Esse estado de consciência (dhyána) é, na verdade, um tipo de intuição. A intuição é como um flash de uma câmera fotográfica que ocorre em uma fração de segundos. Mas com a prática constante e diligente é possivel desenvolver uma outra forma de intuição que se manifesta como o flash de uma filmadora, que se acende e permanece aceso por um tempo maior. Dessa forma consegue-se manter a consciência fluindo voluntariamente por mais tempo.

Essa definição perfeita para o termo sânscrito dhyána é denominada intuição linear. Porém, não a utilizamos, já que ninguém (exceto você!) saberia a que queriamos nos referir. Portanto, vamos utilizar o termo meditação, que embora inexato, é aceito universalmente.

Mas por que precisamos parar de pensar para meditar?

No nosso estudo do fenômeno de consciência expandida, precisamos compreender que o ser humano é constituído por uma série de veículos ou corpos, com diferentes coeficientes de densidade. São eles: corpo físico, corpo emocional, corpo mental, corpo intuicional e outros.

No universo, sempre o mais denso eclipsa o mais sutil. Por exemplo, se olharmos para o céu durante o dia, não veremos as estrelas embora elas estejam lá. Isso porque a luz do sol (mais intensa) eclipsa a luz das estrelas (mais sutil).

Da mesma forma que ocorre com as estrelas e o sol, o corpo físico, por ser mais denso que o emocional, tende a eclipsar as emoções. Por exemplo, a prática de esportes onde o corpo físico solicita a atenção da consciência não é o momento ideal para desfrutar de um romance, uma atitude emocional. Se a consciência estiver fluindo pelo canal físico a manifestação das emoções fica comprometida. Da mesma forma que o corpo físico (mais denso) eclipsa o emocional (mais sutil), o emocional que é mais denso que o mental, eclipsa a mente. Tente por exemplo estudar quando estiver emocionado por paixão ou por ciúmes. Provavelmente não renderá muito naquela atividade intelectual, pois não há lucidez mental quando se está emocionado. E assim ocorre com o corpo mental (mais denso) eclipsando o intuicional (mais sutil), onde se processa a verdadeira meditação. Noutras palavras, se a mente não parar de pensar, a intuição não fluirá e a meditação não ocorrerá.

Na prática da meditação o que queremos é desligar os circuitos mais densos (físico, emocional, mental) e deixar a consciência fluir por um canal mais sutil, mais profundo, o intuicional. Quando aquietamos os canais mais densos e permanecemos sem bombear registros de fora pra dentro conseguimos inverter o fluxo da percepção e fazer aflorar o que está em nosso interior. É ai que ocorre o autoconhecimento!

Artigo enviado pelo Instrutor Driano Marsili
Instrutor do Método DeRose
driano@metododerose.org

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