Uma equipe sinérgica, no entanto, não se forma da noite para o dia. Exige uma série de fatores que estimulem seu desenvolvimento.
A coach, especialista em Desenvolvimento Humano de Gestores, consultora de Comunicação e professora do ISAE/FGV, Aline Castro, define 10 elementos para a conquista de uma equipe de alto desempenho.
1. Liderança
O líder costura todo o processo de desenvolvimento de uma equipe. É o maestro da orquestra, que inspira, desenvolve, dá o exemplo, conhece bem todos os integrantes e seus papeis, estabelece as coordenadas, estimula a confiança e a motivação, reparte a autoridade e acompanha de perto, sem centralizar as atividades.
2. Comunicação
É a chave do sucesso de uma equipe. A comunicação deve ser aberta e em todos os sentidos – não pode haver restrição de acesso por hierarquia, por exemplo. Também deve ser estimulada a assertividade, que é a capacidade de ser claro e afirmativo em relação ao que se diz, faz, pensa e sente. Quando o foco é alto desempenho, não há espaço para ruídos e timidez. Todos participam, opinam e decidem.
3. Delegação e empowerment
Para ajudar a construir uma equipe, o líder deve delegar funções, responsabilidades e autoridade – desde que haja competência para tanto. Precisa também estimular que a própria equipe resolva seus problemas, o que não significa “delargar”; o líder deve acompanhar e estar à disposição quando necessário. Ou seja, o empowerment – delegação de autoridade – é o equilíbrio entre controle e liberdade.
4. Feedback
Deve ser constante na equipe. O feedback eficaz é a devolutiva feita no momento oportuno, com controle emocional e tendo como foco comportamentos específicos. O bom feedback equilibra aspectos corretivos e positivos. A bronca, pelo contrário, desmotiva e, via de regra, não gera mudança positiva de comportamento; apenas raiva.
5. Motivação
Uma equipe sinérgica trabalha com paixão na defesa de uma causa. A missão deve estar muito clara para todos os integrantes e, para gerar comprometimento, o líder deve saber dar os estímulos adequados a cada pessoa. Para isso, é imprescindível que ele conheça bem sua equipe.
6. Plano de voo
Para concluir uma missão, é fundamental ter estratégias claras. Elas devem ser construídas em conjunto e discutidas com frequência ao longo do percurso. Numa equipe de alta performance, todos caminham na mesma direção.
7. Diversidade
Uma equipe de alto desempenho deve ser composta por pessoas diferentes em idade, gênero, perfis, etc. A mesmice não gera inovação. Há, por exemplo, quatro tipos comportamentais básicos: analítico, realizador, visionário e participativo. Os perfis diferentes, ao se complementarem, superam expectativas.
8. Tempo
A diversidade gera conflitos e é importante que o líder saiba lidar com isso com poder e serenidade. Há fases pelas quais um grupo passa para se transformar em equipe:
- Formação: não há coesão entre as pessoas e os objetivos ainda não estão claros;
- Tempestade: quando as opiniões divergentes ficam em evidência e os papeis começam a ser estabelecidos;
- Normalidade: o consenso começa a ser atingido e há um fortalecimento da confiança;
- Desempenho: a liderança é compartilhada e o trabalho começa a alcançar resultados diferenciados;
- Conformidade: há um enfraquecimento da coesão, os objetivos passam a ser questionados e a motivação diminui;
- Transformação: as arestas são aparadas, as estratégias são revistas e a autoestima é recuperada. Aqui, a equipe se renova e atinge o alto desempenho.
Crédito: Arquivo ISAE/FGV |
Ser proativo e não apenas reativo é um dos aspectos centrais do integrante de uma equipe. Todos devem vestir a camisa, sentirem-se parte de qualquer situação e buscar saídas aos problemas. É importante também que o líder reconheça e estimule os pontos fortes dos liderados, ao invés de apenas cobrar o desenvolvimento de pontos fracos. Aí pode estar a diferença entre motivar e desmotivar uma equipe.
10. Sinergia
Quando uma equipe constrói uma identidade, ela é capaz de se auto-superar constantemente e de estimular o desenvolvimento de cada um de seus integrantes. Uma equipe sinérgica não é fechada. A renovação, com a entrada de novos integrantes e de novos desafios, é o que estimula o seu aperfeiçoamento e crescimento constantes.
ALINE CASTRO é AMIGA DO PARQUE BARIGUI, coach com certificação internacional pelo Behavioral Coaching Institute-BCI e consultora de Comunicação com MBA em Desenvolvimento Humano de Gestores pela FGV. É professora da Fundação Getulio Vargas e do ISAE/FGV e instrutora do Programa de Formação de Lideranças da Volvo do Brasil.Fonte: Revista Perspectiva - ISAE
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