segunda-feira, 1 de junho de 2009

Curitiba é confirmada como uma das 12 subsedes do Mundial

Presidente da Fifa, Joseph Blatter,
após o anúncio de Curitiba como uma das subsedes da Copa do Mundo de 2014

Em pronunciamento nas Bahamas, Joseph Blatter coloca capital paranaense e outras 11 cidades no maior evento de futebol do planeta .
Curitiba é oficialmente uma das 12 subsedes da Copa do Mundo de 2014. O anúncio feito na tarde deste domingo (31) pelo presidente da Fifa, Joseph Blatter, em Nassau, nas Bahamas, apenas confirmou o que já se esperava: a capital paranaense vai integrar o maior evento de futebol do planeta mais uma vez, como na primeira e única Copa realizada no Brasil, em 1950. A partir de agora a cidade tem cerca de cinco anos para implementar uma série de obras e realizar o sonho dos seus idealizadores: ser a melhor cidade-sede da Copa de 2014.
Além de Curitiba, Blatter anunciou Belo Horizonte, Brasilia, Cuiabá, Fortaleza, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo integrarão a competição como subsedes. Restou a Florianópolis, Goiânia, Campo Grande e Rio Branco, mesmo eliminadas da corrida para receber jogos da Copa de 2014, aguardarem algum “prêmio de consolação” que o Mundial poderá proporcionar a estas cidades.

Confiantes na indicação, os curitibanos enfrentaram a chuva e se reuniram no Parque Barigui, onde a prefeitura montou uma estrutura para acompanhar o anúncio, e na Arena da Baixada, praça esportiva indicada para receber os jogos da Copa em Curitiba e que recebeu um bom número de torcedores do Atlético Paranaense, também ansiosos pela confirmação vinda da Fifa. A festa foi completa quando a capital paranaense apareceu em um dos slides apresentados durante o anúncio de Joseph Blatter.
Apesar do clima festivo deste domingo, a corrida iniciada com a indicação do Brasil para receber a Copa do Mundo, feita em 30 de outubro de 2007, toma uma nova forma a partir da próxima segunda-feira. É quando se inicia a luta para implementar tudo o que o projeto de Curitiba para sediar a Copa previu em seus mais de 200 quilos de documentos enviados a Zurique, sede da Fifa.
O tempo é escasso e as obras de infraestrutura e adequação para um evento desta magnitude são muitas. Se tudo correr bem, o Comitê Executivo da cidade promete brigar pelo centro de comunicações da Copa, “casa” da imprensa durante o Mundial, e para que a Arena figure não só em jogos da primeira fase, mas que o estádio receba também partidas das oitavas e das quartas de final.
O número total dos investimentos ainda é uma estimativa, mas pode alcançar ou ultrapassar os R$ 9 bilhões já adiantados pela Gazeta do Povo em março deste ano. O carro-chefe das obras é o metrô de Curitiba, obra ousada e que alguns dirigentes consideram de difícil implementação até a Copa de 2014, enquanto outros vêm o projeto com otimismo e com a sua efetiva conclusão em tempo hábil.
“Depois do anúncio passaremos a trabalhar no detalhamento das ações. Estamos trabalhando há anos na implantação de algumas destas obras, e o importante será o legado que elas deixarão para Curitiba”, resumiu o presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), Cléver de Almeida.

Confira alguns dos principais pontos do que vem por ai para a Copa de 2014 em Curitiba:

Metrô
O Ippuc orçou inicialmente a obra em R$ 2 bilhões, porém a conclusão dos 22 quilômetros entre o Santa Cândida e a CIC pode ultrapassar este valor. Os estudos que envolvem o projeto já estão em andamento, mas só após a conclusão deles, a liberação de diversas licenças para a obra e de um aporte de dinheiro vindo do governo federal é que os curitibanos poderão ver o metrô saindo do papel. “A obra é possível de ser feita neste prazo no contexto da engenharia, mas depende do número de frentes de trabalho”, disse o presidente do Sindicato Nacional de Arquitetura e Engenharia (Sinaenco), José Roberto Bernasconi.
Arena da Baixada
O projeto enviado por Curitiba à Fifa traz um montante de R$ 127 milhões a serem investidos no reduto dos jogos da Copa de 2014 na cidade. Com o vazamento de parte dos dados em março deste ano, o valor atualizado subiu para R$ 138,3 milhões, levando em conta apenas a conclusão do estádio. Somando-se as obras no entorno do Joaquim Américo, o valor fica em R$ 376,4 milhões. Todavia, o ponto mais polêmico da obra está na questão que envolve as (necessárias) desapropriações para que todos os equipamentos que a Arena precisa oferecer para o Mundial sejam construídos. A diretoria do Furacão e os dirigentes do estado terão muito trabalho neste empreitada e os valores envolvidos nesta parte do projeto curitibano deverão ganhar novas cifras nos próximos anos.
Aeroporto Afonso Pena
Inicialmente, o projeto de Curitiba para a Copa de 2014 não fala na construção da especulada terceira pista para o aeroporto situado em São José dos Pinhais. De fato outros aeroportos do país estão na lista de prioridades do governo federal e da Infraero, o que significa dizer que o Afonso Pena deverá ter um aumento da sua capacidade de passageiros atendidos, com a reforma e ampliação de alguns setores. Além disto, é possível que o aeroporto ganhe equipamentos de última geração que os incômodos fechamentos em virtude do tempo sejam diminuídos. Contudo, a extensão da segunda pista e até a especulada construção da terceira pista não deverão sair do papel, pelo mesmo até a Copa. Há quem defenda que a privatização do setor pela Infraero possa trazer estes e outros benefícios.
Fan Parks
O projeto curitibano indicou a Pedreira Paulo Leminski, o Parque Barigui e o Jardim Botânico como possíveis sedes dos Fans Parks, locais onde toda uma estrutura de telões e de venda de produtos e serviços – exclusivos da Fifa – é montada para que aqueles que não poderão estar na Arena da Baixada possam acompanhar os jogos em Curitiba e em outras partes do Brasil. A confirmação destes locais ainda depende de um aval da entidade máxima do futebol, e obras nestes locais, para facilitar o deslocamento e oferecer toda a infraestrutura necessária, deverão ocorrer.
Integração metropolitana
As principais vias que integram a região metropolitana de Curitiba passarão por grandes obras para a ampliação e melhor fluxo de veículos e pessoas nos próximos cinco anos. Desde a Marechal Floriano e a Avenida das Torres, principais ligações entre o Aeroporto Afonso Pena e o Centro de Curitiba, passando pela conclusão da segunda parte da Linha Verde (Eixo Norte) e obras que criem o hábito no curitibano e nos turistas de utilizarem a ciclovia que será implementada na Avenida Visconde de Guarapuava, são várias as obras previstas e com custos que passarão dos R$ 500 milhões.
Turismo
A ampliação e a qualificação de Curitiba como um dos principais pólos do turismo de negócios do Brasil é uma meta a ser atingida com a vinda da Copa de 2014. Esta prevista ampliação no número de leitos disponibilizados, porém o ponto que mais dará trabalho é a preparação e treinamento de pessoal para receber os turistas, tudo dentro de um padrão já pré-estabelecido pela Fifa. Um acordo já firmado entre o setor hoteleiro paranaense e a Match, braço da Fifa nesta área, compromete o estado a alcançar o patamar de excelência exigido pela entidade. O turismo durante a Copa deverá avançar para além das fronteiras de Curitiba, chegando a Foz do Iguaçu e Paranaguá, dois dos 65 destinos turísticos do país. Estas duas cidades e outras que participarem como cidades-satélites deverão receber investimentos. Existe a expectativa pela ampliação do Aeroporto de Foz e pela construção de um moderno terminal de passageiros no Litoral paranaense, capaz de receber transatlânticos vindos de várias partes do mundo.

Fonte: Gazeta do Povo 01/06/2009 - Texto de Thiago de Araújo - Fotos: Divulgação e SMCS/ Ricardo Almeida

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