Depois de minha casa e meu consultório, arrisco dizer que o lugar que freqüento com mais gosto em Curitiba é o Parque Barigui. É para lá que levo os amigos que vem me visitare aqueles de quem estou saudosa. Momentos bem vividos, ele faz parte de minha história curitibana. Muitos trabalhos foram escritos aos domingos bem cedinho, em frente ao lago. Memórias afetivas dignas de um affair. Por de sol laranja no inverno, arroxeado no verão...Um trevo de quatro folhas encontrado perto da escultura do jacaré como sinal do destino. Nosso caso é antigo mesmo, daquelesamores duradouros aos quais recorremos ao menor sinal de desânimo. Uma corrida, a contemplação do lago e pronto; serotonina a postos novamente.Vale até um inesperado banho de chuva no calor desértico que tem acometido nossa cinza Curitiba, que nunca mais foi cinza desde que
Fazia frio quando chegamos à Dinamarca e as pessoas não pareciam em nada com as do tipo sorridente que costumamos encontrar na Disney. Ao acordar e olhar pela janela, me surpreendi com a imagem de um parque repleto de pessoas a se esparramar ao sol, risonhas e com pouquíssima roupa. Seriam as mesmas do dia anterior? Desci para decifrar o enigma. Acreditem, aquele era o primeiro dia de sol em seis meses. Seis meses sem sol, tudo cinza, nebuloso e frio??? É para pirar até o animado Forrest Gump!!! Deitada naquela grama quentinha, prometi me entregar sempre que possível ao prazer democrático de um banho de sol e de uma caminhada onde pudesse escutar o som das pessoas.
Quando retornei a Curitiba, percebi que este lugar existia bem próximo a mim. O Parque Barigui continuava lá, a me oferecer a poesia que só encontramos no cotidiano.
A Amiga do Parque Barigui Sibele Miraglia é Membro Filiado da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo .
Contato pelo e-mail: sibelebm@onda.com.br
Um comentário:
Delícia de leitura!
Vivemos a cena, até o vento frio.
Dá vontade de estar no Parque Barigui.
Parabéns Sibele Bertoli belíssimo texto.
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