
Ouvindo uma música do Vinícius essa semana, eu parei para pensar no quanto nós nos prendemos para tentar controlar as situações e evitar os erros. E a conclusão que chego é que a graça da vida – aquilo que realmente nos marca, que dá o tempero – está no sentido oposto: nas surpresas, nas aventuras, nas paixões inesperadas… Não significa que não tenhamos que planejar, controlar, buscar, estabelecer metas. Mas passar a vida só fazendo isso a deixa muito chata.
A música diz:
“Abre os teus braços, meu irmão, deixa cair
Pra que somar se a gente pode dividir
Eu francamente já não quero nem saber
De quem não vai porque tem medo de sofrer
Ai de quem não rasga o coração, esse não vai ter perdão.” (ouça aqui)
Como uma coisa sempre puxa outra… me lembrei de um texto também muito inspirador, escrito e lido aqui pelo Eduardo Galeano, que em determinada altura diz:
“Seremos imperfeitos. Porque a perfeição continuará sendo o chato privilégio dos deuses. E nesse mundo… nesse mundo trapalhão e fodido seremos capazes de viver cada dia como se fosse o primeiro e cada noite como se fosse a última”.
E para quem se empolgou com o assunto e – como eu – tem um pézinho no perfeccionismo, segue essa excelente palestra no TED da Kathryn Schulz. Aqui vai uma palhinha:
“Se você quer realmente redescobrir o maravilhamento, você precisa dar um passo para fora daquele pequenino e aterrador espaço das certezas e olhar ao redor, para os outros, e observar a vastidão, a complexidade e os mistérios do universo. E ser capaz de dizer: ‘Uau, eu não sei. E talvez eu esteja errado”.

foto: Dico Kremer
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