
Espigas de concreto
brotando do seio das verdes araucárias,
à margem da Lagoa do Parque...
Envolvido por teu indolente vento frio
em turbilhões de doces arrepios
nas minhas orelhas.
Fonte de longínquas sinfonias,
ao balanço das folhas das aroeiras
o amor que me trouxe até aqui...
Dei-te meu corpo, derramado
nas sombras dos teus finos galhos,
e me senti solto num descanso raro
de eterna solidão.
Parque Barigui, doce delícia,
se me imagino acompanhadodo
teu sol de abril prateando
as apressadas marolas;
tomando a beira,
espalhando restos de vida
na lama da ribanceira
Porque choras?
Essas tuas águas escuras não refletem
meus pensamentos. Essa breve solidão de mim!
Da fina torre, ao longe te emerges,
destoado da paisagem em desaviso à quem voa.
E voa além do céu azul curitibano...
Ah! Quisera então viver meus planos,
Onde o coração é rei, soberano!
Onde o beijo ardente dos amanteste
passeia alegre e me revela
de espontânea confissão.
A tarde calma se desenha nesse espaçoharmonizado,
aos gritos alegres das crianças correndo soltas.
Tocando a grama,
inflamando a alma de leves impulsos,
ao ninho carinhoso do paterno abraço...
Frágeis esperanças ágeis quero-queros,
voando pra longe
Do barulho dos roucos carros...
Insinuante, tua alma sorri!
Por certo te conhecera muito antes,
E por fim, vim encontrá-la aqui!
Curitiba, P.Barigui, abril de 1999.
* Minha homenagem a esta terra linda dos meus amigos queridos.
Daniel Genovez
Publicado no Recanto das Letras em 10/03/2009
Daniel Genovez
Publicado no Recanto das Letras em 10/03/2009
Código do texto: T1479321
Foto: Dario Dadario
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